De quantas
palavras precisamos para dizer
tudo o que o
silêncio nos pede?
De quantas
horas será feito o caminho
por onde
voltamos ao chegar a noite?
Vivemos
ainda num tempo de turistas,
artesãos
inspirados no puro caminhar,
amantes
insaciáveis da cegueira
com que
tocam tudo o que o comércio traz.
O peregrino
tem a sua casa no caminho
e em cada
instante a renova,
criando um
silêncio no coração dos campos
e a breve
eternidade no fluir das horas.
Esta, porém,
não é a sua estação.
Fecharam o
templo e o santuário oferecido
mostra uma
mácula de bolor e ruína,
no lugar
onde floresciam as buganvílias.
Quando
erguemos os pés pela estrada,
não sabemos quem
somos ou o que esperar.
Um sonho cresce
no bosque de cedros
e alimenta o
devaneio que escorre da vida.
Interrogamos
o voo dos milhafres
ou o uivo
longínquo dos lobos matinais,
mas apenas
escutamos o silêncio do sino,
o regresso
da noite na luz que se esvai.
Sem comentários:
Enviar um comentário