Retorno para
o segredo do mar e flutuo
nas águas
frias do oceano.
Sou peixe a
dançar na melodia das águas
e suspiro
pela música das ondas
ao bater na
rocha íngreme da pele.
Ao longe,
deslizam veleiros, brancas muralhas
contra a
altivez anil do céu.
Mais perto,
barcos vindos da pesca
e alcateias
de gaivotas, suspensas dos ares,
aguardam tardias
o banquete.
Perdido na
selva azul, avisto o sol,
uma promessa
silenciosa desenhada
nas encostas
verdes da praia.
As águas vão
e vêm
ao ritmo breve
da respiração.
Se a tarde se
inclina e escorrega para o mar
o sol entrega-se
à solidão do poente
e os dias de
infância caem sobre mim,
cheios de
barcos e castelos de areia,
orquestra
flamejante no concerto da memória.
Li este poema e, aos poucos, fui ficando com lágrimas nos olhos.
ResponderEliminarÉ um poema com maresia dentro. Apetece mergulhar nele.
Muito obrigado pelo comentário. Talvez o poema não seja mais do que um pedaço de mar roubado ao oceano. Quem sabe?
ResponderEliminarTalvez o mar seja feito de palavras assim, talvez seja isso, não sei.
ResponderEliminarLá no meu canto, estou a continuar hoje o tema de ontem e deu-me vontade de lhe pedir autorização para transcrever o seu poema mas já mudei de ideias. O seu poema tem que estar só aqui - ou, então, num livro. Acho essencial o suporte do papel para poemas assim, tem que se poder passar as mãos por ele. Ou num quadro, alguém poderia pintar um quadro com este poema lá dentro.
Não precisa de me pedir autorização. Nestas coisas, para mim, basta referência e o link, e eu é que fico agradecido. É curioso que a questão dos direitos autorais é muito recente na história da humanidade, e embora seja importante gera demasiado ruído e presunção. Na verdade, em cada coisa que escrevemos, pintamos, etc. está demasiado dos outros, como influência, iniciação, sei lá que mais para que uma obra seja apenas e só daquele autor.
ResponderEliminarBom domingo
Ainda que um pouco achando que vou colocar peça rara numa casa demasiado vulgar, vou aproveitar a sua generosidade.
ResponderEliminarMuito obrigada.
Nem a peça é de tal raridade nem a casa é vulgar, e os próprios convidados são tudo menos vulgares. Eu é que fico agradecido,
ResponderEliminarHV