Para que
queres tu a eternidade?
Não te basta
a hora vazia,
o dia que a
rugir passou?
Não te basta
a pequena rua
ou o jardim
seco ao pé da praça?
Não te basta
a agonia que vem
se o tempo
não passa?
Para que
queres tu a eternidade?
Coleccionas
folhas num herbário
e pensas que
ali ficarão
e os netos
dos teus netos as herdarão.
Uma súbita
alegria faz-te cantar
e sonhas com
a primavera,
o futuro a há-de degolar.
Para que
queres tu a eternidade?
Perdeste a
pátria na viagem
e as casas
que habitaste são sombra,
a névoa
vazia da memória,
que
imprecisa cai devagar.
Esquece o
desejo e a sua voragem,
entrega-te
ao momento que chegar.
Essa entrega ao momento é já o viver da eternidade...acho eu...
ResponderEliminarJá por aqui lavram mais de 321 momentos líricos de grande qualidade. Aguardamos o...livro.
Generosidade da Maria. Ainda é cedo para o livro e com este calor não há livro possível.
ResponderEliminarAguardam-se ansiosamente tempos mais frescos, umas fortes chuvadas e alguma ventania.
ResponderEliminar