Gustave Courbet - Donna con l’onda (1868)
23. Não basta
que detenhas entre mãos
Não basta
que detenhas entre mãos
A promessa
esquecida pelo tempo.Não basta que me encantes pela noite
Com o sorriso pálido de outrora.
Deixa que o
vento cante sobre a pele
E os seios
sejam água nesta boca.Rio puro e desmedido, rio sonhado
Quando o corpo partia à desfilada,
Égua branca ferida pelo amor,
Animal sem infância nem destino.
Quero cada segredo do teu ventre.
Quero-te
viva e nua, quero-te sóbria
E pura, pelo
ócio descoberta,Relâmpago e luz, fogo sem cinza.