O mar
encapelado pelo vento de sudoeste,
exércitos de
gaivotas por terra,
as pegadas
na areia húmida
e um céu de
tempestade sobre os ombros.
De quantas
coisas terei de me esquecer
para que a
verdade brilhe
e a vida nos
esmague com o peso da morte?
Estás
sentado e o telefone toca
e não sabes
o que vem naquele toque,
o que te
dirá a voz que escutas.
Ouves e
sentes o cheiro dos crisântemos,
os sinos a dobrarem na lonjura da aldeia.
A morte
convoca-te para o seu triunfo
e o sentido
que tudo tinha torna-se irrisão,
um campo de
cinzas e cactos em terra seca.
Sento-me
perante as ondas
e sobre mim
cai uma chuva fina,
água vinda
de um céu incompreensível.
Tão estranho
desígnio o de não haver
desígnios,
apenas as ondas que vão e vêm,
as gaivotas
por terra e uma tempestade de areia.
Ao longe, as
sirenes uivam na noite
e o coração cala-se sob a sentença dos céus.
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