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sábado, 16 de maio de 2015

O que se pode tornar visível

Romolo Romani - Imagem (1908)

Estamos de tal maneira habituados às nossas imagens precisas e nítidas que nunca nos questionamos se, nos primeiros tempos de vida, eram estas imagens precisas e nítidas que se apresentavam perante os nossos olhos. Muito provavelmente não. Uma dura mas inconsciente aprendizagem conduziu-nos à focalização do olhar. Vemos aquilo que aprendemos a ver. E se para lá destas imagens, que agora nos são visíveis, outras, talvez mais nítidas e precisas, estejam ocultas, estejam perdidas na invisibilidade a que nos condenamos pelo uso habitual dos sentidos? Esse é o trabalho do viandante, viajar de imagem em imagem, procurar no invisível aquilo que se pode tornar visível.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

As imagens do espírito

Giorgio Morandi - Paisagem (1913)

Acreditamos facilmente que, ao vermos uma certa paisagem, a imagem que construímos é uma projecção do mundo no nosso espírito, de um mundo que entra em nós pelos olhos. Esta crença kantiana na passividade dos sentidos impede-nos de perceber que a visão é um portal de duplo sentido, que também o conteúdo do espírito se projecta no mundo, através do olhar, fabricando paisagens que esse mesmo olhar traz depois para dentro de si. Não são inócuas para a sanidade do mundo as imagens que o espírito fabrica. Não são indiferentes para a viagem que espera o Viandante, pois são elas que podem tornar o caminho mais ou menos transitável.