Tamara de Lempicka - The Blue Virgin (1934)
Em Blue Virgin, o estranho quadro de Tamara de Lempicka, encontramos uma meditação sobre a essência da virgindade, daquilo a que se poderia chamar uma vida consagrada. Não é a recusa de uma experiência sexual nem de abertura ao mundo o que está em causa. É antes a afirmação de uma plenitude que existe em si mesma. O recolhimento que vemos não é negação do exterior, mas afirmação pletórica da vida interior, de uma experiência superabundante que, por não necessitar da exterioridade, ganha uma luz própria capaz de iluminar essa mesma exterioridade. O que observamos no quadro não é a falta, mas o excesso.