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sábado, 16 de maio de 2015

O que se pode tornar visível

Romolo Romani - Imagem (1908)

Estamos de tal maneira habituados às nossas imagens precisas e nítidas que nunca nos questionamos se, nos primeiros tempos de vida, eram estas imagens precisas e nítidas que se apresentavam perante os nossos olhos. Muito provavelmente não. Uma dura mas inconsciente aprendizagem conduziu-nos à focalização do olhar. Vemos aquilo que aprendemos a ver. E se para lá destas imagens, que agora nos são visíveis, outras, talvez mais nítidas e precisas, estejam ocultas, estejam perdidas na invisibilidade a que nos condenamos pelo uso habitual dos sentidos? Esse é o trabalho do viandante, viajar de imagem em imagem, procurar no invisível aquilo que se pode tornar visível.

domingo, 3 de maio de 2015

O anseio pelo invisível

Wassily Kandinsky - Amarelo - Vermelho - Azul (1935)

Aristóteles, logo no início da Metafísica, sublinhava a preferência dos homens pela visão, não apenas para efeitos práticos mas também porque ela permite-nos conhecer mais objectos e revela-nos mais diferenças que outros órgãos dos sentidos. O fascínio da visão, porém, pode ocultar ao homem os objectos e as diferenças que a visão não capta. Uma parte da pintura da contemporânea pode ser explicada como uma luta paradoxal contra o visível para tornar visível o que o não o é. Este anseio pelo invisível é a essência da viagem espiritual.

sábado, 30 de novembro de 2013

Da paisagem invisível

Giorgio Morandi - Paisagem (1943)

Raramente percebemos que aquilo que atrai o nosso olhar numa paisagem (e uma paisagem não passa de uma metáfora) não é o que surge, aos nossos olhos, como belo e esplendoroso. O que encanta e prende a atenção do homem é o não visível que se manifesta no espectáculo com que somos confrontados e que, pelo sublime que nele se manifesta, nos cega para esse invisível que sustenta o visível e nele se oculta.