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domingo, 8 de janeiro de 2017

Prazer pleno

Guillermo Muñoz Vera - La cosecha (1995-96)

É no capítulo três do livro de Eclesiastes que surge a grande meditação sobre os ritmos de vida do homem. O central nesse capítulo, porém, não é o ensinamento de uma rítmica existencial mas a afirmação de que a vida merecer ser vivida plenamente: assim eu concluí que nada é melhor para o homem do que alegrar-se e procurar o bem-estar durante a sua vida; e que comer, beber e gozar do fruto do seu trabalho é um dom de Deus (Eclesiastes, 3:12,13). A rítmica existencial, que começa o capítulo, só faz sentido no âmbito da busca de uma vida feliz e realizada, realização onde se inscreve uma interpretação hedonista da existência. O ritmo do plantar e do colher não é então o do opróbrio e da desgraça mas do prazer pleno de estar vivo. E esse prazer e o reconhecimento e a gratidão pelo dom da vida.



segunda-feira, 15 de junho de 2015

Além do prazer e da dor

Pierre Bonnard - Le Plaisir (1906)

O prazer foi, durante muito tempo, um campo de conflito feroz. Os prazeres bons e os maus, os prazeres do corpo e os do espírito, a hierarquia de prazeres, a relação do prazer com a dor, tudo isso foi objecto de dissecação e de dissensão. A viagem que cabe a cada homem, o seu confronto com a finitude e a aspiração ao absoluto, não exigirão uma outra posição? A querela sobre o prazer não será ainda uma forma de desatenção ao essencial? A viagem a que os homens são chamados exige que vão para lá do prazer e da dor, isto é, que vão para lá daquilo que os fecha sobre si. Não se trata de negar o prazer ou esquecer a dor, trata-se de os olhar nos seus limites e seguir viagem, seguir para além deles.