Tenho a vida
a sangrar, disseste
e recolheste
o pensamento
sob um véu
invisível,
despido de
geometria,
pura seda do
oriente,
a casa
vacilante da infância.
Olho-te na
lonjura dos dias
e vejo-te
despida
na solidão
que cresce,
invade o
mundo
e faz ecoar
a música
no fundo da
tua alma.
Abro os
braços para te acolher
e a
fronteira de silêncio cede,
abre-se à
dança do amor,
as tuas mãos
nuas inclinam-se
e a lua
reverbera
na
constelação da noite.
A vida é uma
ilha que sangra,
o lago onde
o amor desliza,
sombra
silenciosa
que escorre
entre os dedos,
se em
segredo me olhas
na
rebentação das ondas.
O Poeta mergulhou totalmente na constelação das Musas e sobe à superfície das águas soprando poesia. Do melhor que tenho lido, desde sempre, este ciclo...
ResponderEliminarMuito obrigado, Maria. Veremos se as Musas continuam propícias.
ResponderEliminar