segunda-feira, 30 de junho de 2008
O lugar da sombra que cresce
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Um mar agitado
quinta-feira, 29 de maio de 2008
O meu corpo
quarta-feira, 28 de maio de 2008
O mar da eternidade
terça-feira, 27 de maio de 2008
Nas mãos da Providência
segunda-feira, 26 de maio de 2008
A tentação
domingo, 25 de maio de 2008
O cativeiro
sábado, 24 de maio de 2008
Do sentido da amizade
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Não chamo por Ti
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Um espaço vazio
quarta-feira, 21 de maio de 2008
A negação de si
terça-feira, 20 de maio de 2008
Via Crucis
segunda-feira, 19 de maio de 2008
A morte da vontade
domingo, 18 de maio de 2008
O corpo desejado
sábado, 17 de maio de 2008
Da dor e da compaixão
sexta-feira, 16 de maio de 2008
A tensão do acontecer
quinta-feira, 15 de maio de 2008
A matilha de cães
quarta-feira, 14 de maio de 2008
O ego que ri e aquele que olha
terça-feira, 13 de maio de 2008
Da propriedade e do desprendimento
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Princípio de entropia
domingo, 11 de maio de 2008
Essa coisa obscura
sábado, 10 de maio de 2008
A tempestade da dúvida
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Da nostalgia e da saudade
quinta-feira, 8 de maio de 2008
A fonte que mata a sede
Se pretender encontrar-me a mim mesmo, onde poderei descobrir esse fundo que me permite reconhecer uma identidade? Cada um dos meus traços, físicos ou psicológicos, é evanescente, mutável, redutível a nada. Essa aniquilação parece, então, ser o centro da minha identidade e cada um dos traços com que me apresento a mim ou aos outros não passa de uma máscara que esconde a ausência substancial de uma realidade. É nesse nada que deverei mergulhar, pois esta imersão é a aceitação plena daquilo que sou: nada, ou para o dizer de um outro modo: sou pó e ao pó tornarei. O nada, porém, deixa-me livre e é nessa liberdade que posso abrir-me para aquilo que em mim é mais do que eu. Uma substância? Uma coisa? Um objecto? Não, é um nada de onde as substâncias, as coisas e os objectos tiram a sua substancialidade, a sua coisidade, a sua objectidade. Procurar esse nada é procurar a fonte que mata a sede.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Abrir o espaço
terça-feira, 6 de maio de 2008
Do remorso e do arrependimento
Muitos dizem que não se arrependem de nada do que fizeram. Mas como poderei ser assim e proclamar ao mundo um orgulhoso não arrependimento? Há muitas coisas que não faria efectivamente e ao pensar nelas sinto uma vergonha íntima de as ter praticado. É a essa vergonha íntima a que se poderá chamar remorsos. O curioso, porém, é que essas coisas nunca como hoje chocaram tanto com a minha consciência. Olho para a minha vida e uma multidão de actos, pensamentos, palavras e omissões acusa-me e deixa-me perplexo perante a imagem que de mim faço. Começo a perceber que essas pequenas e grandes inclinações me levaram a um afastamento do absoluto, afastamento esse que fui justificando com razões, como se a razão existisse para justificar o mal que praticamos ou para legitimar a boa consciência. Mas saberei arrepender-me efectivamente? E o que significará esse arrependimento?
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Margem segura
domingo, 4 de maio de 2008
Sacro ofício
sábado, 3 de maio de 2008
O mistério da encarnação
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Escrevo pelo silêncio
quinta-feira, 1 de maio de 2008
O florescer das buganvílias
quarta-feira, 30 de abril de 2008
O guarda fronteiriço
terça-feira, 29 de abril de 2008
O alimento da fé
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Sou uma palavra dita
Sou uma palavra dita por Deus, diz Thomas Merton, depois acrescenta: Poderá Deus dizer uma palavra sem sentido? Não, Deus não diz palavras insignificantes, mas para muitos, como para mim, é obscura a palavra proferida. O que significa a palavra que eu sou e que me constitui? Se me debruço sobre a minha vida nada de sólido encontro e nada me permite desocultar o mistério dessa palavra. Há desejos em mim, sempre os houve, mas esses desejos nunca se apresentaram com força e coerência suficientes para moverem a minha vontade a realizá-los. Quem nunca desejou a glória do poder ou a do fazer? No entanto, esses pequenos desejos, pequenos porque não se constituíram como móbiles poderosos, nunca me moveram para uma acção determinada e consequente. Talvez não fossem a interpretação da palavra divina que me fez ser. Assim perdido, incapaz de compreender o significado profundo, me fui retirando de tudo o que é específico da realização do desejo e da ambição do homem. Resta-me apenas aquilo que a necessidade me impõe. Mas a palavra, aquela que me constitui no mais fundo de mim, continua, para a minha consciência, sem significado. Será a palavra de Deus que me fez vir à existência a palavra da minha insignificância, do meu sem sentido?