Ninguém se torna contemplativo. Ou se nasce contemplativo ou não. Ser contemplativo não é qualquer coisa que se possa adquirir como a riqueza ou a erudição. Ser contemplativo é uma vocação e uma forma de ser que não depende da nossa vontade. O mesmo se passa com o homem de acção. Só num mundo pleno de confusão se pode acreditar que podemos escolher e manipular a natureza do que somos. Aquilo que somos é uma dádiva e a realização da nossa natureza é a única forma de retribuição que permite mostrar gratidão pela graça de sermos o que somos. Mas a realização de si não é a realização dos nossos desejos, nem a concretização das ilusões que construímos sobre nós. A realização é o deixar vir à luz a natureza que gratuitamente nos foi dada.
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