Se tudo em mim se silenciasse, o desejo, a vontade, o intelecto, a memória, talvez alguma coisa pudesse falar nesse silêncio. Mas como poderei calar a matilha de cães que me habita e não pára de ladrar? Se sinto um anseio pela quietude, logo os cães começam a rosnar e a latir e quanto mais os puxo para casa, mais forte se torna a sua voz e maior é o ímpeto com que me arrastam para a rua. Ladram agora em mim todos os cães que me habitam e no silêncio da tarde já não são eles que oiço, mas o lobo que ao uivar anuncia a noite que chega.
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