A descida de Deus, do absoluto, na relatividade da carne e do tempo. Como poderia o olhar humano relativo e preso ao relativo perscrutar o fundo abissal do absoluto? Como poderia o corpo humano pressentir o eterno se tudo nele é temporal e passageiro? Mas a vinda do Cristo não é apenas a revelação do absoluto, do eterno e do divino ao homem. Ela é ainda uma outra coisa incompreensível e escandalosa tanto para a minha razão como para a minha sensibilidade: o tempo ainda participa da eternidade e a carne, aquela de que digo: isto é o meu corpo, é na sua corrupção tocada pela incorruptibilidade. Cristo é a proclamação de que há mais no tempo e na carne do que o mero passar e a funesta aniquilação: neles também habita o eterno, o absoluto e o divino.
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