sexta-feira, 25 de abril de 2008

A porta fechada

Há uma indolência que me impede de abrir caminho na floresta. De onde nasce? Por vezes julgo que a sua origem está nas coisas exteriores e na sedução com se apresentam ao meu olhar. Depois reconsidero e é em mim, descubro, que ela está. As coisas exteriores e o seu fascínio só me obscurecem porque há algo obscuro em mim. No centro do meu ser, há uma porta que se fecha e a luz que por ela deveria entrar não entra. O peso da porta amolece, sim, é esta a palavra certa, a vontade e o corpo deixa-se cair num torpor sem significado e sem horizonte. Nesse torpor, vou perdendo a vida, prendendo-me a isto e àquilo, como se tudo isso me distraísse da porta fechada que me pesa dentro do coração.

1 comentário:

  1. Há que encontrar a chave para abrir a porta. Deve estar por aí, algures, no meio do caminho, talvez no ponto em que os caminhos divergiam antes de seguir por aquele que não foi tomado:

    Robert Frost (1874–1963). Mountain Interval. 1920.



    1. The Road Not Taken


    TWO roads diverged in a yellow wood,

    And sorry I could not travel both

    And be one traveler, long I stood

    And looked down one as far as I could

    To where it bent in the undergrowth;
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    Then took the other, as just as fair,

    And having perhaps the better claim,

    Because it was grassy and wanted wear;

    Though as for that the passing there

    Had worn them really about the same,
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    And both that morning equally lay

    In leaves no step had trodden black.

    Oh, I kept the first for another day!

    Yet knowing how way leads on to way,

    I doubted if I should ever come back.
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    I shall be telling this with a sigh

    Somewhere ages and ages hence:

    Two roads diverged in a wood, and I—

    I took the one less traveled by,

    And that has made all the difference.
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