domingo, 20 de abril de 2008

No mar da distracção

Anoitece e o dia passou e passou como todos os dias passam por mim: desperdiçado e sem fim. Perco-me a cada instante naquilo que me distrai e toda a minha vida se passa num vago mar de distracções. Pudesse eu ainda permanecer em silêncio e deixar vir um súbito desejo de oração e entregar o meu coração a algo mais do que aquilo que, fora de mim, me chama e me exige uma obediência férrea. Olho para estas horas que passaram e vejo-me passar por elas como se todo o tempo me fosse dado e nada, na frágil vontade que me coube, é capaz de dobrar a atenção e fixá-la para além dos pequenos nadas, que lançam uma cortina de fumo onde me perco e perco a vida, talvez por ter perdido há muito a luz de Deus.

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