Voltei
inquieto para a pátria do calor,
encerro-me
no segredo da casa,
e espero a
sombra da noite para caminhar
pelas ruas,
sulcos infelizes no dorso da cidade.
Quantos
serão os dias de sol brilhante
e quantas as
noites em que não dormirei?
Estranha
contabilidade a que me entrego,
mal chega
setembro e o seu império.
Vacilante,
por vezes, o vento traz um esboço
de paraíso,
a promessa de uma sóbria madrugada,
o desejo de me
perder por becos e vielas.
Um sino
dobra na funda manhã,
vestígios do
passado chegam no barco da memória,
aqueles dias
felizes em que de corpo despido
me entregava
solene à água fria.
Uma alcateia
de sensações desaba em mim,
uiva na
floresta vazia de outrora,
traça um
mapa de estradas longínquas,
as encruzilhadas
onde pela noite te esperei.
Sim, voltei
à pátria do calor, aguardo o passar
das horas, a
lua que sobre o sol virá.
Estendo-te a
mão deserta e em sangue,
e ouço a tua
voz tão longe a cantar.
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