não tenho
terra natal ou pátria
desconheço o
lugar a que pertenço
o corpo pesa
e esmaga-me o olhar
e de todas
as coisas que vi
nada sei
para além de um nome
o rasto de
um ruído esquivo
reflexo da
sóbria luz das estrelas
amo a
solidão que nunca tive
e as tardes
entregues à meditação
longas as noites
abandonado ao frio
ao vento
vindo do deserto
às mulheres
na dádiva do amor
amo cada
hora onde te pensei
casa
ancestral de uma estirpe sem glória
sinto-me
perdido neste gélido descampado
sem searas
nem chaminés benfazejas
a pulsação
débil
o regurgitar
da vida pela boca da morte
desisti de
saber o que é a verdade
seja um mar
de pássaros altivos
ou uma
pátria de gente extraviada
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