deixo a
lucidez na terra seca
e colho
flores silvestres
breves
intimações de luz
num universo
longínquo
feito de profecias sagazes
e de memórias dolorosas
um velho
retrato de família
o livro
aberto sobre a mesa
as primeiras
canções iluminadas
pela
voracidade da infância
construí um
mundo rudimentar
tracei caminhos
e fronteiras
e em lado
algum vi o nome
que um dia descobri
ser o teu
resta-me
desfazer a geografia
e entregar
cada imperativo
à
necessidade que o criou
amadureço na
luz de setembro
e se as vestes se rasgam
entro
despido na água do mar
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