domingo, 22 de julho de 2012

Poemas do Viandante (307)

307. NESTE VAZIO SEM NOME NASCE UMA LUZ

neste vazio sem nome nasce uma luz
entre um renque de árvores outonais
ilumina-te os passos se entardece
incendeia o coração de quem passa
e quer pôr os pés na areia limpa
para escutar a rebentação

colecciono sombras a arder nos teus dedos
guardo-as numa caixa trazida de longe
de uma terra sem noite e sem sol
de uma terra de arquitectura branca
e madeiras perfumadas
pelo odor bravio de uma selva azul

por vezes julgamos ser um limite
mas a estrada abre-se e rasga o horizonte
é sempre assim que acontece
se a matéria do teu trabalho é luz ou sombra
o fim nunca é o fim
e mal termina o canto outro recomeça

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