o pudor
vindo do fim dos tempos
tomava-te
conta das faces
ardia
suavemente se anoitecia
bago de romã
e espiga de milho
murmúrio interior
do sangue
no
subterrâneo da vida
recapitulemos
os dias de amor
a devassa do
olhar
a esperança
de uma promessa
longos passeios
de mãos dadas
num mundo
subitamente vazio
aberto aos
desígnios do sentimento
se chovia na
inclemência do inverno
a casa era
um abrigo de seda
ali ouvia-te
cantar
um hino em
acção de graças
e uma oração
nascia-te nos lábios
um relâmpago que me iluminasse o coração
Sem comentários:
Enviar um comentário