a face com
que o dia se abre
tem ainda
vestígios da noite
uma camisa
de dormir de seda pura
e um véu
tecido de névoa
sobre cada
esquina da rua
vem
amarrotada a luz da aurora
e os regatos
que correm sem fortuna
entregam-se
à trágica claridade
que pelas
casas se abate
deusa cruel
sem rosto ou destino
e tudo cabe
na abóbada celeste
o rio e as
suas margens
o outono a
entregar-se na névoa fria
e o ramo de
violetas esquecidas
no túmulo do
soldado desconhecido
pego na dor
que me consome
aguardo a
decifração do enigma
e vejo o dia
clarear
sob a
injunção de um deus
que na terra
tem o vasto império
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