João Queiroz - Desenhos a carvão
301. DEIXO QUE ME TOQUES A MÃO
deixo que me
toques a mão
e o peso da
tua sombra
me abra os
olhos
para a
vastidão do céu
a pura
alegria
da luz
no súbito
raiar de uma estrela
deixo que
cantes na noite
um presságio
as ervas
secas no verão
tudo o que o
amor tem
para
esquecer
deixo que
tragas um búzio
para
escutarmos o azul do oceano
o rumor
incerto das águas
todos os
mistérios
que a alma esqueceu
ao inclinar-se
para o murmúrio
da vida
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