Egon Schiele - Levitação (1915)
Se há dias que o espírito levita, se ergue e, instalado na leveza, parece pairar sobre o mundo, outros há em que a gravidade deixa de ser propriedade dos corpos e se dissemina no espírito. Tudo se torna demasiado pesado e lento, tudo se torna obscuro, como se uma noite caísse, uma noite de chumbo pautada pelo uivo do lobo e o rosnar dos cães. Não, não são apenas os corpos que não levitam. Também o espírito está sujeito à terrível gravidade.
Sendo o Homem um ser naturalmente metafísico, encontra-se sujeito tanto às forças cósmicas, como às do subsolo, aquelas que emanam do centro da Terra.
ResponderEliminarO uivo do lobo e o rosnar da matilha, constituem os adereços que compõem o cenário, numa tentativa de dar algum ficcionismo à estória e torna-la um pouco menos real.
O que conta, é a representação e os aplausos recebidos no último acto.
;)