Paul Serusier - O Aguaceiro (1893)
15. Amo os dias taciturnos,
amo a sombra
Amo os dias taciturnos,
amo a sombra
E a chuva
fria que trazem, amo a dor
Que com eles
desaba, amo o sopro
Do vendaval
e a cinza que se espalha.
Com esta
melodia, faço canção
E traço pelo
campo a fronteira,
Dessa pátria
sem fogo nem futuro,
Casa de
colmo, verde de saudade.
Quando a
chuva cai, olho a janela
E a terra
treme, fímbria luminosa
No veludo
rasgado e frio do rosto.
De tudo o
que amei, resta-me a penumbra
Que a tua
voz desenhava nos dias pálidos,
O perfume vazio
dos teus segredos.
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