quinta-feira, 17 de setembro de 2020

A Sarça Ardente - 37

António Carneiro, sem título, 1919

Se sonhados os meus sonhos
te descessem na pele,
dormiria eternamente.

Faria do sono um albergue,
o rude resguardo
para a tempestade e a noite.

Sonâmbulo barco de breu
levar-me-ia ao porto,
à morosa mansarda de tuas mãos.

Setembro de 2020

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