terça-feira, 8 de setembro de 2020

Arqueologias do espírito 6

Francisco de Goya, La hoguera

Para o homem, como para qualquer animal ou planta, o fogo é uma terrível ameaça. Contudo foi ele que, ao ser domesticado, se tornou a protecção que permitiu à espécie defender-se dos predadores e persistir na existência. Essa duplicidade é captada, simbolicamente, nas chamas do inferno e na sarça ardente, onde o Deus de Israel habita. A perda e a salvação, ambas residem no fogo. O fascínio por ele é de tal maneira constitutivo do espírito que o amor, o supremo sentimento, é visto como fogo devorador. 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário