terça-feira, 13 de agosto de 2013

O espírito e a liberdade

George Seurat - Cows in a Field (1882)

A ideia de disciplinar o espírito, de o submeter a uma pesada e rigorosa regra, pode ter um certo valor instrumental. Amestrado, poderá servir para fins que lhe são estranhos. Um espírito que serve fins que lhe são estranhos nunca deixará de ser um espírito servil. A rigorosa disciplina pode ser o mais terrível dos equívocos. A vaca que queremos prender revolta-se, esperneia, fustiga o agressor. Livre, em campo aberto, ela encontra o seu lugar e tranquilamente faz o seu caminho. Assim é o espírito. Desacorrentado, aberto à liberdade, esquecido das servidões, ele encontrará o seu caminho e o seu lugar, que não é outro senão o caminho que encontrar. Quantas vezes, porém, para descobrir a liberdade, o espírito precisa de passar pela servidão da disciplina?

2 comentários:

  1. Disciplina não tem que ser o mesmo que acorrentado. O espírito está, por natureza, acorrentado ao corpo por isso precisa da disciplina para se ver livre dessas correntes. A falta de disciplina pode ser a pior das servidões.

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    1. Sim, falta de disciplina pode ser a pior das servidões, a submissão aos impulsos desencadeados pelo exterior. Mas a disciplina também pode ser um perigo, se ela se torna um fim em si mesma e anula a espontaneidade e a criatividade do espírito.

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