Vincent Van Gogh - Naturaleza muerta con pan (1887)
Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. (Mateus, 14:17)
Poderemos a partir desta citação de Mateus pensar a condição humana sobre a Terra? A questão central não será, nesse caso, os pães e os peixes, mas o senão. Ele remete-nos para o limite do que possuímos, para o limite dos nossos poderes, para a limitação do nosso ser. Neste senão ou num qualquer apenas expressa-se a natureza humana na sua finitude. Seja o que for o que possuirmos será sempre apenas isso. O que está para além disso é infinitamente mais e incomensurável com o nosso próprio ser. Mas este limite dado pela finitude é a única condição de possibilidade que o homem possui para ir além desse limite. Esta condição de possibilidade reside no reconhecimento da verdadeira situação humana. Só esse reconhecimento permite que algo desça sobre o homem e o multiplique, tal como a bênção do Cristo multiplicou pães e peixes.
No entanto, vivemos pelo desafio de ultrapassar os limites, os nossos, os humanos, os existenciais e descobrir o que existe (caso exista) para além deles... convencidos que ao consegui-lo, tornarnos-emos imortais. Afinal, a imortalidade que já possuímos e que não nos agrada, porque nos mantém reféns de uma existência perpétua...
ResponderEliminarTalvez imortalidade e existência perpétua sejam dois conceitos diferentes...
EliminarSim, concordo. Não morrer, pressupõe que a matéria seja incorruptível. Existir... pressupõe que o pensamento não se corrompa.
ResponderEliminarDe qualquer forma, será a metafísica que a justificar a quântica...