Gino Rubert - Deliri
4. Um súbito ardor no rosto pálido
Um súbito ardor, pálido o rosto...
Nos olhos,
uma luz aberta ao jogo
do amor, e
em cada mão a casa vazia,
o lugar onde
espera a chama viva,
secreta e
silenciosa, que abre o dia.
E nessa
incerteza, deixa o ventre
pulsar leve
e tranquilo, um mar de seda,
uma fonte, erva
doce nos meus lábios.
Sou um velho
barqueiro que olha o mar.
Sob o
império do vento, negras nuvens
anunciam
tempestades e naufrágios.
O abismo…
nele a morte lançou âncora,
e desenhou,
perfeita, a armadilha
onde o meu coração
no teu cairá.
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