Luis Brihuega - Armonía (1960)
A harmonia consigo mesmo, com os outros e a natureza é o ideal que se oculta muitas vezes sob a capa do mal estar. A experiência de desarmonia, de desacordo, de desconformidade corrói a vida dos homens, trabalha-a por dentro até fazer dela qualquer coisa feia e inaceitável. Essa experiência de nunca se estar em sua própria casa conduz à criação de uma mitologia que nos permita imaginar um ideal de proporção e beleza nas nossas vidas. Mas a vida é desarmonia e desconcerto por excelência, e ao homem resta-lhe aceitar essa sua condição. É no momento em que aceita a desarmonia que o homem começa a dar os primeiros passos na senda da harmonia. Harmonizar-se com a desarmonia, eis o imperativo para quem se sente em desconformidade e desacordo com e na vida.
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