Giorgio de Chirico - Héctor Andrómaca (1917)
371. O MISTÉRIO MAIOR DE UM CORPO À ESPERA DE OUTRO
O mistério
maior de um corpo à espera de outro,
da ânsia que
cresce com o aproximar da hora,
o risco no
céu azul para lembrar uma promessa.
Há um instante
em que chega o terror de que não
venhas, que
o tempo te tenha tragado
para te
devolver à planície do esquecimento.
São assim os
dias dos homens sobre a terra,
cheios de
uma cintilação imprecisa,
a troca de
um nome, a traição de um amor.
O perigo e o
medo impele-os para quem não
os espera, e
o desejo que nasce do movimento
não passa de
espuma fria deixada pela onda.
Os meses vêm
cobertos de imperativos,
erva rala
sobre a terra, pasto de animais feridos
à espera da
consolação da morte.
Por que
espera o outro pelo nosso corpo?
O terror
escondido no vítreo silêncio da casa,
a vaidade
nascida de uma alma submetida.
Gosto dos seus poemas.
ResponderEliminarNão sou capaz de comentar, porque a poesia não se comenta. Sente-se. E eu sinto a sua Poesia.
Parabéns.
Maria
Muito obrigado, Maria. Julgo que não há nada que mais toque a quem escreve, ou pinta ou compõe do que aquilo que diz.
ResponderEliminarMuito obrigado também pela sua visita.
HV