Giovanni Segantini, A messa prima, 1884-85 |
Era o mais popular dos sacerdotes que a paróquia já tivera.
Todas as manhãs, bem antes da primeira missa, subia as escadas da Igreja e abria-a. Aos
pobres, dava o que tinha. Vivia com pouco, apesar do muito que lhe davam. Aos
ricos, ajudava-os a suportar o fardo do egoísmo, abrindo caminhos insuspeitados
nos seus corações. Não havia quem não gostasse dele. Num domingo, porém, não o
viram subir as escadas. A porta da Igreja, chegada a hora da missa, estava
fechada. O tempo passava. Procuraram-no em casa. Não estava. Forçaram a porta do
templo. Por trás do altar, ele pendia, sotaina a escorrer sangue, de uma cruz
tosca. O rosto era o dele, mas nunca se parecera tanto com Cristo como naquela
hora.
Uma excelente narrativa.
ResponderEliminarMuito obrigado.
EliminarHV