Deborah Turbeville, Unseen Versailles - Aurelia Weingarten, 1980 |
Talvez se tivesse cansado de tudo, ou talvez fosse uma revoltada, é possível, mas tenho uma hipótese mais interessante. Havia nela uma tal altivez que são raros aqueles que podem dizer que conviveram com ela. Fui um desses, mas não pense que sei mais sobre ela do que um mero conhecido. Nunca foi dada a confidências e a afabilidade do convívio não passava de uma muralha com que se defendia - é esta a verdadeira palavra - dos poucos que a rodeavam. Quer saber do que se defendia ela? Do amor, do que haveria de ser? Todos a amávamos, claro, e ela não o suportava. Procurava, na verdade, o desdém, mas nunca o encontrou, a não ser no gesto com que nos abandonou a todos.
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