Edward Hopper, Summertime, 1943 |
Tinha-se apaixonado loucamente por um desconhecido, num daqueles dias de Verão em que tudo parece possível. Ele disse-lhe o nome, Godot, e que o esperasse à porta de casa. De chapéu na cabeça para enfrentar o sol, ela assim fez. As horas passaram, sem que o amado chegasse. Ela, porém, não desistiu. Passaram semanas, meses. O Verão declinou e o Outono deu lugar ao Inverno. O seu amor era de tal maneira grande que não arredou pé. Traziam-lhe comida e agasalhos, ela porém só tinha olhos para o fim da rua. As grandes chuvas não a intimidaram. Aquela era agora a sua vida. Quando Godot chegou, ela não era mais que uma fria estátua de pedra, coberta pelos grandes nevões de Fevereiro.
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