Edward Burne Jones - O lamento (1866)
416. Nas cinzas de um lamento há uma rosa
Nas cinzas de um lamento há uma rosa,
a flor perdida da primeira inocência,
rasto severo da obscura mão do destino.
A maculada consciência é um fruto tardio,
memória de poeira em pedra de carvão.
Dobro-me sobre a vida que passou
e deixo correr entre dedos
cada momento em que o mal me tocou,
criou raízes na terra dura da verdade
e me abriu, negro e férreo, para a irrisão.
Não tenho palavras para todas as confissões.
Gastei-as errando pelas veredas de sombra,
abrindo caminhos de aço na solidão do mundo.
Entoo a patética elegia da inocência
e escuto rendido o amanhecer da saudade.
criou raízes na terra dura da verdade
e me abriu, negro e férreo, para a irrisão.
Não tenho palavras para todas as confissões.
Gastei-as errando pelas veredas de sombra,
abrindo caminhos de aço na solidão do mundo.
Entoo a patética elegia da inocência
e escuto rendido o amanhecer da saudade.
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