Emilio Sánchez Cayuela (Gutxi) - Silencio (1985)
414. Desenho o silêncio nas margens da palavra
Desenho o silêncio nas margens da palavra
e deixo-o correr pelos dedos,
rio de água clara,
fruto caído e sombra de pássaro.
Trago-o preso no coração,
mancha de incenso pela tarde,
a pergunta perdida
na esquiva desolação da cidade.
Dispo-te quando chega o estio,
e traço uma fronteira de rumores.
Esqueço cada palavra
e deixo-te, silêncio, nascer pela alvorada.
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