Albert Bierstadt - Wreck of the "Ancon" in Loring Bay, Alaska (1889)
397. Penso no mar langoroso e suave
Penso no mar langoroso e suave,
nos dias de calmaria,
o sol sombreado por nuvens amistosas
e clarões de luz a golfar
na porta aberta dos meus sentidos.
Medito na superfície rasa das águas,
na cerração sob o bater das ondas,
a costa a ceder passo a passo,
e o deus triunfante a erguer-se nocturno.
Na mão irada, o tridente,
o tremor das águas no coração.
O fogo cristalino apagou-se,
tudo é agora um imenso calvário.
A costa, um império de náufragos,
gente enlouquecida a gritar na noite,
restos de corpos trazidos pela maré,
plásticos, madeiras e algas.
Barcos de sombra passam macilentos
e tudo é silêncio na renúncia da razão.
Belíssimo...e, bom, ter-se-á de reinventar o mar, mais uma vez, depois desta tormenta. Ou passar o Cabo, aquele que está para além da Dor.
ResponderEliminarObrigado, Maria. Há que dobrar o Cabo. Veremos se o mar permite ou se submete.
ResponderEliminarSubmeter-se-á!
ResponderEliminarÉ o princípio de esperança...
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