Benjamín Palencia - Paisaje (1932)
As paisagens cubistas representam um momento importante na vida do espírito. Ao tornar a sensibilidade geométrica, o cubismo permite que esta encontre um caminho para a razão. Não é, todavia, a racionalidade que é a questão importante, mas o processo de desmaterizalição da representação do mundo físico, a espiritualização das sensações, a abertura para lá daquilo que os sentidos nos trazem. O mundo geométrico é um mundo purificado, um universo que perdeu a ganga da matéria e começa a perder os contornos das sensações, que num primeiro momento se tornam mais agrestes. São, contudo, já pura racionalidade, prontas a dissolverem-se numa experiência de luz e fluidez que a matéria sensível nunca permitirá.
Cubismo vs espírito vs visão de um "mundo purificado".
ResponderEliminarEstaremos perante uma forma de arte, que pelo seu despojamento do supérfluo nos conduz a Deus?
Pode ser um caminho. O espírito sopra onde quer.
ResponderEliminarE ao representar os "objectos" sem a imagem óptica, sem a imitação da natureza, ou seja, ao representar aquilo que entende por objecto, não estará a criar uma "máscara"?
ResponderEliminarNão será a imagem óptica a verdadeira máscara ou o véu da ilusão?
ResponderEliminarTambém. Basta ter utilizado as cores!
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