Tal-Coat, Glauque, 1972 |
As dunas escondem o ir
e vir do oceano.
Paredes de areia
cobertas de cactos,
erva rala a tremer ao
vento.
Alguém caminha por elas,
solitário,
procura uma pedra, um
pássaro,
a senda que leva ao
poente.
As gaivotas voam como
se cantassem.
Desenham círculos e
espirais,
numa partitura de
sombras e seixos.
Ao longe, ecoa o choro
das sirenes.
Os pescadores são
fantasmas,
balançando na música
do nevoeiro.
A tarde rasga o lençol
que vela a noite.
Do porto, saem os
barcos.
Procuram cardumes de
rosas no jardim do mar.
Julho de 2020
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