sexta-feira, 28 de agosto de 2020

A Sarça Ardente - 33

António Areal, sem título, 1960

Bebo o vinho dos dias de festa
e sento-me
à sombra da cerejeira.

Dedilho a harpa do desejo:
escuto-te
no murmúrio da memória.

Um aroma de cerejas levita
em silêncio
no sal secreto das tuas mãos.

Julho de 2020

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