Saul Leiter, Carol Brown in “Harper’s Bazaar”, c.1958
Era a mulher mais bonita da vila. Os homens andavam de
cabeça perdida, tentavam cortejá-la, mas eram goradas todas as aproximações.
Chocavam com uma altivez que, chegaram a confidenciar-me, roçava a provocação.
Quanto maior o seu desdém maior o desejo que provocava. Quando chegou o
forasteiro, eram assim que com rancor aqui ficou conhecido, ela cedeu à sua corte. O ambiente ficou explosivo. O noivado, porém, foi curto e em breve se
realizou o casamento. Na hora em que o padre perguntou ao noivo se a aceitava por mulher,
ele, perante metade da vila, respondeu que não. Ao ouvir aquela palavra, ela caiu.
Quando a ergueram, moribunda, a face estava sulcada de rugas. Ninguém a
reconheceu.
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