Francisco de Goya, La hoguera |
Para o
homem, como para qualquer animal ou planta, o fogo é uma terrível ameaça.
Contudo foi ele que, ao ser domesticado, se tornou a protecção que permitiu à
espécie defender-se dos predadores e persistir na existência. Essa duplicidade
é captada, simbolicamente, nas chamas do inferno e na sarça ardente, onde o
Deus de Israel habita. A perda e a salvação, ambas residem no fogo. O fascínio por
ele é de tal maneira constitutivo do espírito que o amor, o supremo sentimento,
é visto como fogo devorador.