Sarah Moon, Masako from Coïncidences, 1989 |
Um
dia, vi-a ao longe e senti um grande desassossego. Persegui-a, sobressaltado,
ela alimentou a perseguição. O seu ar oriental, a sua estranheza, depressa
transformaram o desassossego em paixão. Cheguei à fala com ela. Não me
rejeitou. Perguntei-lhe o nome. Espero nunca to dizer, respondeu. Quando confessei
o meu amor, confessou o seu. Havia felicidade nos seus olhos. Impôs uma
condição. Tudo menos tocarmo-nos. Estranhei a exigência, mas o amor não pensa. Os
dias passaram e o meu desejo cresceu, tornou-se impossível de conter. Passeávamos
por um bosque ao crepúsculo. Não resisti, e a minha mão caiu sobre o seu corpo.
Da boca saiu-lhe a palavra Eurídice e como uma sombra desvaneceu-se perante a incredulidade
dos meus olhos.
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