Rodney Smith, Anika on Bicycle, 1993 |
Ela vinha
de bicicleta por uma álea e parava diante de nós, a certa distância. Olhava-nos.
Corria o boato de que vivia na floresta e, quando nos voltava as costas, para
lá retornaria. Ninguém o confirmou. A palavra cobardia será a mais adequada. O
fascínio que sobre nós exercia era tão grande quanto o terror que sentíamos se
os nossos olhos encontravam os dela. Raramente a vanglória das palavras corresponde
à grandeza dos actos. Estávamos todos apaixonados. Não houve quem dela se
aproximasse. Um dia, desmontou da bicicleta e começou a caminhar na nossa
direcção. Vou escolher um, disse. Fugimos miseravelmente. Nunca soubemos o que
lhe aconteceu. Nenhum voltou àquele sítio.
A fotografia é magnífica.
ResponderEliminarE sim, a palavra cobardia será a mais adequada...
Poor Anika!
Boa semana, HV.
🍂
Sim, a fotografia é extraordinária.
EliminarQuanto a eles, talvez tenham pensado que ela fosse a morte. Nunca se sabe.
Boa semana, Maria
HV
Humm... é bem possível.
EliminarVou substituir a palavra cobardia por prudência que, tal como os caldos de galinha (do campo 🐔) nunca fizeram mal a ninguém.
Uma boa noite.
😴
Maria
Seja como for, nunca ficaram a saber.
EliminarBoa noite
HV