Georgia O'keeffe - Abstracción, rosa blanca n. 2 (1927)
Vê-se muitas vezes a experiência como um princípio de contaminação daquilo que é puro, como fonte de mácula que lança uma sombra sobre a brancura da inocência primordial. Será, no entanto, esta inocência tão pura e imaculada? Será a abstinência daquilo que a vida nos propõe o sinal de uma perfeição? Não será antes a forma como agimos e como nos entregamos às diversas experiências existenciais que decidem da pureza e inocência destas? Não é a abstinência que nos torna puros, mas nós que tornamos, ou não, puras e inocentes as experiências a que nos entregamos.
Pois... ao que parece, nascemos com a deficiência cognitiva de tudo querer saber. Ou seja; de querer saber, para além (ou aquém, depende do ponto de observação)daquilo que é já sabido?! Não seríamos mais felizes, digo; menos preocupados, mais usufrutuários do mundo que nos é dado habitar por um determinado espaço de tempo, se nos bastasse a primordial inocência?! Se nos bastássemos no ser, no existir, sem necessidade de mais explicações de procedência?!
ResponderEliminarPor mim, basta-me que, como aos Gauleses o céu não desabe...
Mas o problema é que o céu desaba muitas vezes, o que acaba por nos levar a inocência primordial.
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