Lluis Rigalt - Ruínas (1865)
427. Não sei o peso da ruína
Não sei o
peso da ruína
sobre os
ombros do mundo.
Não sei a
cor do manto
com que os
anjos se cobrem.
Transporto
comigo a cegueira
e traço nas ruas
letras de cal,
enquanto
espero a loucura
que os dias me
hão-de trazer.
Levanto a
espada sobre o fogo
e aguardo a
hora aprazada:
uma serpente
ergue-se na luz
e o vento
rodopia silencioso.
De sombra em
sombra cavalgo,
perdido da
pátria que achei.
Restam-me
ruínas, anjos caídos,
a cal
enlouquecido pela luz.
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