Antoni Guansé Brea - Les voyageurs (1955)
O pior que pode acontecer ao viajante é adormecer na viagem. Não são apenas as paisagens múltiplas que perde, mas as metamorfoses que elas provocam no espírito. Ao deixar escapar a hora de cada metamorfose, é a si mesmo que perde. A viagem vai de si para si mesmo, vai desse si que secretamente , inconscientemente, somos ao si que, de metamorfose em metamorfose, descobrimos no confronto com as várias paisagens por onde o vento nos leva. O que adormece na viagem perde a hora do reconhecimento. Ao acordar, apenas o sono espera por si.
E são tantos, os que adormecem durante a viagem...
ResponderEliminarQuase me apetece citar o verso do poema de José Afonso "Velha da Erva" «ha quem viva sem dar por nada, ha quem morra, sem tal saber...»
Muitos ainda resignam-se a viver, sabendo que no fim da viagem, encontram inevitávelmente o sono eterno...
Pontos de vista?
Talvez...
;)
Essa canção do José Afonso é belíssima. E diz tudo.
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