sábado, 6 de julho de 2013

A viagem e o carrossel.

Arpad Szenes - Carrossel (1937)

A viagem não é uma volta de carrossel. Não é que divertimento daquele que toma o caminho lhe esteja interdito, pelo contrário. O caminho não deixará de ter os seus momento de grande humor, fundamentalmente quando o viandante se confronta com a risibilidade das suas ilusões. A viagem, contudo, não é um passeio em torno de um eixo fixo, mas a descoberta de que não há fixidez nem eixo, apenas um infinito caminho aberto.

2 comentários:

  1. Quando ainda criança, a minha avó materna ensinou-me um exercício que não abandonei ao longo dos anos.
    Ensinou-me a, ao deitar, fazer uma revisão aos factos que tinham ocorrido durante o dia, às minhas ações e reações e a arrepender-me com sinceridade das que não devia ter praticado e a prometer a mim mesmo, emenda-las.
    Logo percebi que o efeito de algumas delas, praticadas por mim, recaia também sobre mim. Dessas, ria-me. Mais tarde, quando comecei a prestar mais atenção ao que se diz na oração ao nosso Pai, encontrei ainda mais sentido no trecho «perdoai-nos as nossas ofensas, assim como perdoamos aos que nos ofendem».
    Todas as recitações da oração Principal, desde o início, são de um valor incomensurável, porque nos guiam e nos permitem sair com a maior simplicidade de um labirinto escuro e intrincado que é o cenário, o pano de fundo do palco onde a vida em sociedade se representa.
    E permite-nos essa saída fácil, a partir do momento em que formos capazes de perceber o sentido da genuinidade da vida e da essência humana.

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    1. Faz todo o sentido o que diz. De facto, nessa oração está a essência do caminho: "seja feita a Vossa vontade".

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