Alexander Harrison - Solitude (1893)
Para além daquela solidão terrível sentida como abandono, há uma outra que se aventura para lá da terra firme e entra nas águas inquietas e tenebrosas. Perscruta a noite e esquece a segurança. Nessa solidão, o espírito enfrenta o terror trazido pela incerteza e aprende a confiar no porvir. Abrir-se à solidão significa, então, abandonar-se a si mesmo e confiar no espírito que o habita, deixar-se guiar, aprender o sentido da corrente, da sua própria corrente. A solidão é o lugar onde cada um pode encontrar-se consigo mesmo, o sítio da noite escura do espírito. A solidão é o lugar da verdade de si.